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Itumbiara,24/04/2025

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Lula e ONU cobram urgência para novas metas de emissão antes da COP30

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Lula e ONU cobram urgência para novas metas de emissão antes da COP30

MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, comandaram, nesta quarta-feira (23), uma reunião virtual com um seleto grupo de líderes globais para tentar destravar a agenda climática em um momento de tensão geopolítica crescente.


 

Um dos principais pontos da agenda foi um apelo para que os países acelerem a apresentação de suas novas metas climáticas, trazendo objetivos ambiciosos de redução de emissões de gases de efeito estufa.


A maioria dos signatários do Acordo de Paris descumpriu o prazo inicial de submissão, que venceu em fevereiro. O Brasil, segundo país a entregar seus compromissos, trabalha agora para que os países apresentem seus planos a tempo de serem incluídos nas discussões da COP30, a conferência do clima da ONU, que acontece em novembro no Pará.


A minicúpula virtual reuniu 17 chefes de Estado e de governo, e teve uma particularidade: além das grandes economias globais, também foram convidadas algumas das nações mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global.


Maior emissor de gases de efeito estufa e segunda maior economia do mundo, a China foi representada por seu presidente, Xi Jinping.


Do lado da União Europeia, participaram Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e António Costa, presidente do Conselho Europeu. Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha, e Emmanuel Macron, presidente da França, também estiveram no encontro.


A lista de presença inclui ainda os líderes de Angola, Barbados, Chile, Malásia, Ilhas Marshall, Nigéria, Palau, Quênia, Tanzânia, Turquia e Vietnã.


Em declarações após a reunião, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que, apesar da diversidade dos líderes presentes, houve convergência nas discussões.


"Eu ouvi uma mensagem unificada: sim, o nosso mundo enfrenta ventos contrários intensos e uma multiplicidade de crises, mas não podemos permitir que os compromissos climáticos saiam do rumo", disse.


"Precisamos continuar construindo impulso para a ação rumo à COP30 no Brasil, e o dia de hoje foi uma parte importante desse esforço", completou.


A intervenção do presidente da China, Xi Jinping, foi bem-recebida pela ONU e por diplomatas brasileiros.


Em uma clara oposição ao que vem sendo a postura do governo de Donald Trump -que anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris, praticamente acabou com o financiamento climático e impôs constrangimentos a projetos de energias renováveis-, o líder chinês defendeu o multilateralismo, o combate às alterações climáticas e o auxílio financeiro aos países vulneráveis.


"Independentemente de como o mundo possa mudar, a China não desacelerará suas ações climáticas, não reduzirá seu apoio à cooperação internacional e não cessará seus esforços para construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade", afirmou Xi.


Além da retórica, diplomatas comemoraram também a antecipação de detalhes mais concretos sobre o novo plano de redução de emissões da China, incluindo a previsão de que ele seja divulgado antes da COP30.


As contribuições nacionalmente determinadas, mais conhecidas pela sigla em inglês NDC, são compromissos voluntários assumidos por cada país no âmbito do Acordo de Paris, que indicam as metas de redução de gases causadores de efeito estufa e o plano a ser adotado para cumprir esse objetivo.


"A China anunciará suas NDCs para 2035, abrangendo todos os setores econômicos e todos os gases de efeito estufa, antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Belém."


O secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou o anúncio do líder chinês.


"A China não apenas anunciou que irá elaborar sua nova NDC, como o presidente Xi afirmou que esse documento abrangerá todos os setores da economia e todos os gases de efeito estufa. Foi a primeira vez que a China esclareceu esse ponto, e isso é extremamente importante para a ação climática", afirmou.


O presidente Lula, por sua vez, aproveitou para pedir aos líderes presentes que haja maior ambição e comprometimento na elaboração das NDCs, relembrando a responsabilidade diferenciada dos países desenvolvidos.


"A arquitetura de preparação das NDCs é suficientemente flexível para combinar metas ambiciosas e as necessidades de desenvolvimento de cada Estado. Os países ricos, que foram os maiores beneficiados pela economia baseada em carbono, precisam estar à altura de suas responsabilidades", disse.
"Negar a crise climática não vai fazê-la desaparecer. Precisamos assegurar que o multilateralismo e a cooperação internacional sigam como pedra angular da resposta global à mudança do clima. No Brasil, quando queremos mobilizar esforços em torno de um objetivo comum, utilizamos uma palavra de origem indígena chamada 'mutirão'. Queremos fazer da COP30 um grande mutirão em prol da implementação dos compromissos climáticos", afirmou o presidente.


Desde o começo do ano, o governo do Brasil vem se empenhando para tentar manter a agenda climática e as prioridades a serem trabalhadas na COP30 no centro das atenções mundiais. Uma missão particularmente difícil no atual contexto geopolítico.


O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou que o Brasil e a ONU convocarão, ao longo do ano, uma série de eventos "voltados ao engajamento de lideranças jovens e religiosas, artistas, povos originários, cientistas, tomadores de decisão, em torno de um novo pacto ambiental para o planeta."


Está previsto ainda um grande evento em Nova York em setembro, na reta final para a conferência em Belém.


Diante dos atrasos na apresentação das NDCs, as Nações Unidas também estão trabalhando com setembro como uma espécie de novo prazo informal para a entrega dos documentos.


A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reafirmou a intenção brasileira de que a conferência no país seja de implementação do que já foi decidido nas COPs anteriores, incluindo triplicar o uso de energias renováveis, a transição para o fim do uso dos combustíveis fósseis e o acesso ao financiamento climático.




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